domingo, dezembro 31, 2006
Suspiros uivados às estrelas,
Olhares infinitos no rebordo da solidão,
Fiascos de vida caídos por terra...
O cheirinho a canela e alecrim,
A última dança, os gritos, os sorrisos,
O album de fotos de infância, os desenhos animados,
A faculdade, os amigos, os inimigos, as lutas, os amores,
As saudades, o dia-à-dia, a casa, as viagens, os livros, a cultura,
As discussões, as ilusões, o arrependimento, a família...
Horas de alegria,
Gotículas de felicidades ao redor da alma.
Olhares de menina,
O cerrar dos olhos, o cansaço,
O teu abraço, um leito aconchegante,
O sono, os sonhos...
Assim sou eu!
2007: O que me reservas tu?
Espero sinceramente que 2007 me traga aquilo que desejo, preciso e mereço...
Novas etapas, só novas etapas...
Desejo a todos os amigos e conhecidos, um óptimo 2007. Um ano cintilante em todos os sentidos!
Cá te espero 2007, mas ao contrário do ano passado, com um brilho nos olhos e um sorriso de esperança na alma...
domingo, dezembro 24, 2006
quarta-feira, dezembro 20, 2006
Um báu amarelinho, enfeitado com os hérois da minha infância e no qual deposito todos os momentos felizes; todos os momentos que me fizeram sorrir um dia.
Ali encontro o passado outrora cintilante e encontro igualmente a força para acreditar num futuro risonho ou até mesmo, o alento para viver o presente que pode em certas alturas ser acinzentado.
E hoje, dando asas à minha memória, recordo-me de uma menina traquina, sorridente e muito meiguinha; com pitadas de teimosia e vaidade e muito rabugenta na hora de ir dormir.
Adorava dançar e cantar, passava a vida a inventar histórias, a brincar e principalmente a fazer asneiras.
Tinha alguns bonecos (ela apelidava-los de "seus fiéis seguidores"), os quais ela nunca largava, nem quando dormia. Eles entravam nos seus sonhos cor-de-rosa, com pepitas de chocolate e com ela viviam aventuras sem fim, só rindo e saboreando uma doce ingenuidade e sentido verdadeiro das coisas.
Lembro-me dessa menina a fazer asneiras em casa, a derrubar objectos, a desarrumar tudo o que a mãe arrumava e a meter-se com todas as pessoas que passavam na rua. Que menina fofinha! Loirinha com os cabelos cheios de caracóis, adorava ver os bonecos na televisão. Era demais!
Às vezes quando paro um pouco e abandono o rodopio da vida, lembro-me dessa menina que de uma pedra e bocadinhos de flores conseguia fazer uma cozinha e em seguida uma alucinante história; era a imaginação humanizada!
Pergunto-me... que será feito dela?
Será que se perdeu pelo mundo? Será que a enterrei no meu báu de uma maneira tão abrupta que ela sucumbiu?
Não sei...
Ou será que não sei? Será que ela não se encontra em mim e por algum motivo idiota eu insisto em camuflá-la?
É difícil saber ou ser perceptível à primeira... ou então, sou eu que muitas das vezes fingo não perceber...
Sejá como for, tenho que confessar uma coisa... estou com uma imensa vontade de correr no jardim e comer muito, muito algodão doce...
segunda-feira, dezembro 04, 2006
É Natal!
Mais um ano que dá as suas últimas lufadas de ar fresco (ou poluído, fico na dúvida). Mais um novo ano que em breve se mostrará à humanidade. Projectos concluídos, outros inacabados, outros ainda prestes a surgir.
Se fosse falar do meu ano de 2006, é possível que o discurso se tornasse demasiadamente extenso, prefiro resumir as vivências do ano, numa única frase: «Um ano de limpezas, a todos os níveis».
Mas não me apetece muito falar disso, aliás é preferível deixar a lixívia fazer efeito, do que propriamente estar sempre a falar nela, não vá alguma alma invejosa agoirar o trabalho quase completo.
Mas eis-me de novo com a árvore de natal pronta, as ruas enfeitadas e as lojas a transbordar de presentes. As pessoas por sua vez doces e meigas, ou será interesseiras e dissimuladas?
Enfim, o que seja... É NATAL!
Embora tenha consciência que muito do amor demonstrado nesta quadra natalícia é um amor de interesse, se calhar no intuito de receber a tal prendinha pela qual esperaram o ano todo, acredito que no meio de tanto interesse há sempre alguém de coração puro (deixem-me iludir-me um pouquinho, tanta realidade cruel faz mal).
Muito mais do que consumismo, o natal é um momento de paz, de verdadeiros sentimentos, de aconchega e verdade; uma réplica do que se deveria viver ao longo de todo o ano.
Para os verdadeiros corações natalícios que mantêm esse espírito brilhante ao longo do ano, desejo-lhes um natal cheio de paz e amor na companhia dos mais queridos; para os restantes, ofereço-lhes uma rabanada e aproveito para acotovela-los e dizer-lhes: Então, já abriram os presentes? Valeu a pena aturar as velhas e os velhos durante o ano inteiro…
...
...
...
Feliz Natal!
sábado, dezembro 02, 2006
Por que razão os meus pensamentos me levam sempre para junto de ti?
Eles fazem o pino, dão saltos de metro, embrulham-se em labirintos, mas voltam sempre ao mesmo local, ao ponto de partida.
Até o único meio que tenho para ser livre tu manipulas...
Desprende-me feitiçeiro cruel...
Quero voltar a olhar para a ilusão sem ter medo de sair de lá.
Deixa-me ser novamente gaivota...
sexta-feira, dezembro 01, 2006
Um corpo...
No silêncio um grito assolapado.
Nas ondas do mar, deambula um corpo,
Um corpo, apenas um corpo, nada mais do que um corpo…
Encosta abaixo, encosta acima...
Lá anda ele, dum lado para o outro.
Imóvel, perdido, desgastado…
Um corpo, apenas um corpo, nada mais do que um corpo…
O tempo passa, as ondas reviram-se constantemente,
A vida acelera; passam barcos carregados de pessoas
Que olham de raspão para o corpo; afinal é
Um corpo, apenas um corpo, nada mais do que um corpo...
E a vida avança! Aparece uma criança
E olha com curiosidade para o corpo.
Ele chora, grita, contorce-se, desmorona-se de dor!
Onde estão os últimos retalhos dos seus sonhos? Onde?
Afinal, ele sente, mas ninguém parece vê-lo sentir...
Seria necessário uma página inteira de química
Para decompor os sentimentos daquele corpo
Até aos seus mais simples elementos.
sábado, novembro 25, 2006
Os lençóis manchados de luxúria...
Hoje apetece-me tudo! Explodir e viajar alucinadamente por becos e ruelas de desejo, transpirar, emaranhar-me em cada contorno do teu corpo procurando delícias até então por desbravar...
A chuva caí compulsivamente e eu perco o rumo; deambulo nos teus braços perdendo-me entre a tua cintura...
Onde fica o paraíso? - Pergunto-te eu. Aqui, prova-lo! - Respondes-me tu.
O meu coração inunda-se, a minha alma estoira de loucura como um foguete arremeçado em dias de festa. Já não defino o que quer que seja, apenas me deixo levar pelos teus movimentos contorcidos e enérgicos. Aí! Tão vigorosos!
O mesmo me pedes, sendo uma entrega total...
Estás em mim... no meu corpo, na minha alma, em cada gota de suor derramado, em cada gemido...
Estamos prestes a viver o último contorcer de loucura no êxtase da noite molhada... sinto-te intensamente!
Agarra-me! Mais e mais e mais...
Subitamente, sinto verter em mim a última gota do desejo ao mesmo tempo que as pétalas de rosas, por ti arremeçadas, escorregam ao longo de todo o meu corpo.
O teu abraço aconchega-me e a tua boca sussura-me um Amo-te. É assim que adormeço: protegida por ti nos lençóis manchados de luxúria...
domingo, novembro 19, 2006
Megalomania
Quando os palácios sumptuosos onde nos refastelamos, (criando um ego artificial), se desmoronam... reconhecemos uma realidade podre, escondida por detrás de uma suprema pintura extremamente carregada.
sexta-feira, novembro 17, 2006
A máscara que subsiste é misteriosa, intensa, enigmática...
Estás disposto a ver por trás do visível, bem, bem mais além?
Andam pelo mundo fora diversas máscaras, de todos os tamanhos, feitios e cores. Umas enganadoras, ocultando um vazio profundo ou até mesmo um devaneio imenso; outras há, guardiãs de um precioso tesouro ao qual muitos ou quase todos não dão valor.
Vamos fazer uma troca? Eu tiro-te a máscara e tu a minha; veremos então, que males ou bens se mostram verdadeiramente ao mundo...
O que seria eu?
Se eu deixasse de olhar para o céu quando há tempestade, vendasse os olhos, rodopiasse sem sair do mesmo lugar... o que sucederia?
Se ao invés de sorrir na amargura me torna-se como ela, se não sonhasse, apenas me "mundianizasse"... o que seria eu?
Ao invés de pensar e conhecer, passaria a adaptar-me à anulidade intelectual restringindo horizontes... que pessoa seria eu?
Seria completa sendo cliché, sou incompleta sendo diferente? Afinal o que é correcto para ser um "eu"?
sexta-feira, outubro 27, 2006
As lágrimas vertidas...
quinta-feira, outubro 26, 2006
Outono...
Ao Verão de acções da lugar a ramagem solitária e amarelecida que desprende a chuva que invade a alma...
Chegou o Outono da vida onde se aconchegam as colheitas obtidas durante o exórdio primaveril...
Irrompe-se o silêncio em mim, a introspecção, a busca profunda da essência das coisas.
Caiem as primeiras folhas caducas e inúteis, as sobras dispensáveis do Verão agora já fugido. Procura-se o profundo, o verdadeiramente importante, o que preciso e me toca na alma.
No Outono começa a assimilação profunda, a percepção intensa do que sou, o enriquecimento de tudo… tudo é escorpiónico…
Sobre a ramagem molhada esconde-se o caminho da vida, a delícia da existência. Sobre o sofrimento encontra-se o caminho, as escolhas através da luta, da auto-consciência, do pensamento e da vontade.
Nas gotas da chuva limpo-me, curo-me, preencho-me…
Vou andar, andar muito, mas esta frio… Dói quando o frio bate na pele, dói até aos ossos, como dói, mas cura e se cura…
É melhor levar o casaco pelfudo para me proteger do frio. Acho que todos gostamos de casacos pelfudos, convém é conservar esses casacos porque há sempre Outono e faz sempre frio…
No verão esquecemo-nos disso, mas ele volta, volta sempre e muitas das vezes já não existem casacos porque foram deixados algures, deterioram-se…
E la vou eu… sinto o frio a bater-me nas faces, as mãos enrugam-se e chapinho nas poças de água, mas lá vou eu… A chuva cai, o chapéu-de-chuva agita-se, mas lá vou eu… O frio intensifica-se, mas lá vou eu...
Para onde vou? Não sei… no Verão voltamos a encontrarmo-nos e logo te direi o que hoje não sei dizer...
domingo, outubro 22, 2006
Novo blog em movimento...
Arranca hoje o blog: "O cantinho do conhecimento"...
Depois de quase um ano a escrever de uma maneira subjectiva e muito sentida, eis que chega a hora de me virar para o lado mais objectivo e prático.
O grande objectivo deste blog é partilhar o que estudo, o que descubro, em suma: ensinar, mas ensinar objectivamente.
Os posts deste blog serão catalogados por categorias...
Aqui pretende-se ensinar e falar de tudo, aprender tudo...
Quem tiver interesse em escrever comigo apresente-se :)
Espero que este novo projecto corra pelo melhor e que acima de tudo me faça trabalhar o lado objectivo... procuro os dois pólos... um equílibrio entre ambos...
Um beijo a todos da blogosfera.
Drekas*
sexta-feira, outubro 20, 2006
A velha foto do mural...
Emoldurada no Inverno passado, um pouco desfocada e muito cinzenta, eu diria mesmo em tons de preto, de uma negridão profunda e sentida, quiçá aniquiladora…
Olho para essa fotografia e recordo-me dos dias cinzentos onde a trovoada me consumia, onde sozinha era engolida pela boca do silêncio; onde os meus uivos constantes eram sentidos nas profundezas dos mares, remoendo-os desenfreadamente a um ritmo diabólico digno de uma destruição massiva.
As nuvens ocultavam a profundidade dos céus, intensificavam a escuridão, transformavam tudo ao redor numa campa funerária; faltava no entanto a terra para cobrir e proteger o meu corpo da amargura que sentira.
Eu via a Lua de raspão, no entanto, esta olhava-me fixamente, entrava na minha mente e dizia-me constantemente a verdade que eu tento insistia em colocar para trás das costas… Acho que lhe dava prazer torturar-me, possivelmente sentir-se-ia triunfante, imperiosa quiçá.
Pensara eu que ela gostava de mim… ó ilusão! A punhalada vem quase sempre donde menos esperamos e muitas das vezes é fatal…
Vertera sangue durante muito tempo sobre a encosta abaixo… este arrastava-se depois com o vento que fortemente soprava e que muitas das vezes me agredia, tornando o meu corpo cada vez mais débil…
Eu era um pedaço de carne dentro de uma lagoa poluída; não saía dali, permanecia estática perante as agressões, perante o negro, o podre, o sujo… só chorava, e como chorava… o sangue atravessava o meu peito e subia até ao contorno dos meus olhos, deslizando depois sobre a minha face, terminando por fim no chão… a pouco e pouco ficava ensopada, chegando ao ponto de quase me afogar nele…
Permaneci estática por momentos na contemplação daquela foto; eis que uma ideia subita me surge...O tempo passa, sempre passa...
terça-feira, outubro 17, 2006
Desejar voar num mundo de metáforas onde o brilho do luar enternece a alma que solitária atingiu o cume da tristeza maquiavélica…
Cada gota de orvalho que se desprende dos lúzios explode ao redor, salpicando uma chuva constante de asteróides que deambulam pelo infinito, pelas profundezas da minha, tua, sua essência…
Cessam-se as pálpebras e molda-se instantaneamente um sorriso que se encontrava guardado nas profundezas de um coração que à muito se via consumido por estricnina.
A recordação ornamenta todo um universo de sensações; o arrepio que se filtra na pele, o contorcer de movimentos, primeiramente bruscos movidos pela agonia, transitam depois para um relaxamento constante, uma suave dança de harmonia…
No primado dos sonhos a alegria beija-me, envolve-me cantando o hino da paixão…
Abraços calados e sentidos, toques deambulatórios sobre os rostos, a doce alegria e efusividade de crianças que se sentem abençoadas por algo divino, imortal, único; o brilho da intensidade sentida propaga-se de uma maneira avassaladora na corrente sanguínea, fazendo pulsar furtivamente as veias que desenfreadas desejam rebentar de êxtase…
Os momentos passados são vistos como flashes intensos e emotivos; são o aconchego que procuro no interior de mim, nas pequenas partículas sensoriais que viajam na minha essência, no ponto-chave da minha alma.
O tempo que tirano me rouba os momentos avançando constantemente sem olhar para trás, insiste em lutar contra mim, arruinando-me e deteriorando o meu interior… mas teimosa e obstinada, cerro os olhos, encerro os lábios e os ouvidos e viajo, viajo por entre mundos de sensações diversas, por entre as nuvens que se encontram para além do palpável; fujo do terreno e busco a paz, o aconchego, o sussurro da verdade que só por mim foi vivida e sentida.
Nada me roubam...
Eu reconstruo os destroços causados pela realidade e curo as dores sentidas, revitalizando-me para depois entrar nela novamente.
Eternas lutas são travadas, sangue derramado, feridas abertas, mas a capacidade de sonhar, de viajar, essas encontram-se reinantes em mim…
Beijo pétalas de doçura que desprendo pelo mundo, gravando cada uma delas com uma lágrima de esperança…
sábado, outubro 07, 2006
Labirinto de Creta
Horizontes longínquos de um querer sentido e calado são expressos através de sonhos amarelecidos pelo tempo...
Subitamente surgem novos quereres e qual deles prevalecerá então?
O coração trémulo desliza sobre as profundezas do inconsciente rabiscando todo um léxico de indefinições...
Dúvidas, questões, pensamentos assombram os sonhos…
Quebra-se a luz, resta o silêncio e a introspecção. O que escolher? O que querer?
O silêncio que recolhe a alma agita o inconsciente, fazendo-lo viver num turbilhão de emoções…
Estamos perante o Labirinto de Creta. A saída está difícil, muito difícil de ser encontrada…
Bem, vou continuar a sonhar... pode ser que quando acordar o Minotauro já se tenha ido embora e aí, eu já saiba a resposta perante o dilema…
Esperar para quê?
sexta-feira, outubro 06, 2006
"Narciso" - Caravaggio
quarta-feira, setembro 27, 2006
Repenicar a vida ao piano...
Os dedos enraivecidos tangem sobre o piano tentando aniquilar a realidade, contrapondo e enaltecendo as reminiscências de uma ilusão juvenil, onde o sol que brotava, encandeava os mais invejosos que de longe cobiçavam a grande casa, a felicidade, o Glamour.
Um sentimento que brotara calorosamente e que se regara dos melhores momentos caíra em desgraça, num pântano de inacessível acesso…
Executa-se a música calorosamente sobre o instrumento.
Inopinadamente tudo se finda e resta do quadro de família feliz à beira do lago contemplando a natureza, pedaços rasgados que se espalharam pelo velho sótão empoeirado onde se encontra o piano… a única fonte de lembrança de um tempo onde o cheiro a jasmim se espalhava ao redor de uma casa, de uma família.
Como reduzir um palácio a um sótão? O brilho ao escuro?
Chora-se profundamente e a força já é pouca para repenicar sobre o piano. Pousa-se a cabeça sobre as teclas… solta-se um timbre desafinado, descompassado...
Agonia, solidão, vazio, desnorteamento… O Minuete transformou-se em Marcha Fúnebre e impediu o artista de continuar a dançar fazendo vibrar o seu coração...
Porquê? Por que motivo todas as músicas alegres se tornam éfemeras dando lugar a um eco desafinado e vazio que insiste em reinar?
sábado, setembro 16, 2006
O paladar do amor...
Um Arco-íris de palavras pronunciadas na chuva
Da emoção foi calado pelo beijo molhado que
Trouxe em silêncio o amor...
Que as nossas bocas se selem unidas para sempre,
Acasalando o amor e a ternura...
Eis as faíscas constantes de loucura
Bradadas pelos nossos corações!
Na tua boca início a caminhada
que me conduz ao topo da montanha onde
se encontra o teu coração.
Lá, gritarei bem alto que te amo... sente-o!
Receita do coração
Emaranhar um amontoado de desilusão em torno de um coração, juntar-lhe pitadas de tristeza com um pouco de sal de solidão.
Cozinha-se tudo em lume brando, até que subitamente o lume é elevado fazendo entrar em ebulição os ingredientes que outrora tinham sido colocados dentro do caldeirão do pessimismo.
À parte, na panela da Medusa cozinha-se a agonia e o medo a temperaturas altíssimas. Despontam escaldando...
São então colocados violentamente sobre o caldeirão do pessimismo, onde já se encontrava o coração imbuído nos restantes ingredientes.
Solta-se sobre a atmosfera um cheiro a saibo misturado com bolor…
Do caldeirão passa-se para um recipiente; fervilhando o coração é colocado numa arca frigorífica a temperaturas dignas do Pólo Norte.
Ali permanecerá até se solidificar. O processo que se sucede é a frieza.
Será que esse coração ficará para sempre gélido, ou haverá algo capaz de o fazer palpitar fortivamente uma outra vez?
sexta-feira, setembro 08, 2006
Laços desatados...
quinta-feira, setembro 07, 2006
Olhando para a lua...
Contemplo o céu todo iluminado ao mesmo tempo que sinto uma brisa suave e intensa fustigar-me a cara… é então que penso:
Sentimentos são estrelas cadentes que abraçam os céus enchendo-os de brilho. São pétalas de rosas que se desprendem da razão, correndo sorridentes numa adrenalina constante.
Os sentimentos por vezes fazem-nos verter lágrimas de alegria, outras vezes de tristeza.
Sentimentos são o tocar o teu rosto que dorme suavemente sobre o meu colo. Sentimentos são o doce toque dos teus lábios, a fusão da tua pele na minha. Sentimentos é abraçar-te e sentir que o mundo pode acabar amanhã mas se tiveres ao meu lado até o inferno me parecerá suave e menos intenso do que tu.
Os sentimentos são melodias cantadas a corações apaixonados que vertem lágrimas quando a solidão aperta.
São filhos da Lua: misteriosos, intensos, escondidos, cintilantes, subconscientes; são amigos de Marte que os encoraja para terem força, uma força que os faz mover o universo. São uranianos: mudam tudo ao seu redor...
Ensinados por Júpiter espalham fé e optimismo pelo mundo.
Emoções verdadeiras têm toques venusianos; são doces, cândidas, carregadas de uma intensa jovialidade; são um refrescar da mente e da alma. Brotam no interior do nosso ser, crescem, florescem criando jardins em cada um de nós, seres humanos. São esses sentimentos que nos fazem enfrentar a vida com uma constante vontade de saborear e lutar pelo melhor que esta tem. São sentimentos ensolarados.
Tudo o que é falso causa medo, traumas, devaneio, típicos aspectos saturninos no seu pior. São sentimentos que precisam de efeitos plutónicos; é necessário regenerar-se. É indispensável arrancar as ervas daninhas para que se respire alegria.
Olho para a Lua e pergunto-me: porque escondemos tanto os sentimentos, principalmente os puros e verdadeiros? Porque temos tanto medo? Porque não florescem e se espalham ao sabor do vento, em nós, para todo o sempre?
A Lua com o seu eterno ar de mistério apela:
- Utiliza o teu mercúrio para descobrir tais respostas, no entanto, se este não for suficiente, olha para dentro de ti… tenho a certeza que unindo ambos encontrarás as respostas que procuras…
quinta-feira, agosto 31, 2006
Sapiência...
Um sábio é uma mescla de humilde e guerreiro. Um humilde que acredita ainda saber pouco e que por isso luta incessantemente para saber sempre mais; não um prepotente, sentado apático em cadeiras aparentemente sabichonas mas que muitas das vezes já rincham de tão retardadas...
quarta-feira, agosto 30, 2006
Ao entrar nele, logo se apresentava uma fonte luminosa esbatida a cor dourada; ela fazia verter sobre si água cristalina. Os passarinhos pousavam ao redor dela saciando a sua sede; esvoaçavam à sua volta cantando melodiosamente. O barulho feito pela água ao cair servia de acompanhamento musical aos doces e coloridos animaizinhos.
Um pouco mais à frente, um amontoado de flores dos mais variados tipos fazia as delícias a qualquer olhar. Eram cintilantes, aromáticas, belas, sedutoras e portadoras da tranquilidade e do amor sobre a terra.
As borboletas esvoaçavam à sua volta fazendo toda uma junção de cores, um autêntico arco-íris, uma opereta de beleza constante que se espalhava rumo ao infinito.No cair da noite, cachos de estrelas viajavam de flor em flor beijando cada pétala; em seguida, piscavam para a Lua que bem lá no alto do céu esboçava um sorriso ao mesmo tempo que embalava o jardim num eterno êxtase de misticismo.
No fundo do jardim, à beira do rio, encontrava-se uma enorme casa em forma de coração; estava pintada a vermelho forte com janelas cobertas de pétalas de papoilas. A sua porta era branca, símbolo da paz que ali residia. Ao abrir a porta, uma cama junto a ela se encontrava… Lá repousava uma pequena criança com umas asas enormes e muito bonitas; umas asas brancas e extremamente brilhantes. Um menino de rosto rosado e um sorriso ternurento que tinha por hábito levantar-se bem cedo, correr pelo jardim, beijar as flores, brincar com os passarinhos e tomar banho na fonte. Quando o Sol se levantava, o menino abria os braços e abraçava-lo, dizia-lhe Bom Dia e dava-lhe um beijo comovido.Tudo vivia feliz naquele jardim… Cooperativismo, amizade e compreensão eram as palavras de ordem.
Um belo dia, um homem encapuçado entrou no jardim e causou o terror; partiu a fonte, fazendo com que toda a água jorrasse pelo chão, matou diversas flores e mutilou o jardim e os passarinhos. Por fim, dirigiu-se a passos largos para a casa onde habitava o pequeno menino, o Cupido. Apanhou-o, fugiu com ele e prende-o num sítio distante…
Nunca mais se soube dele…
No lugar desse jardim, existe hoje uma rua fumarenta inundada de tristeza, pobreza, solidão e incompreensão humana. Aos sentimentos de outrora deu lugar o pessimismo, a frustração e a alienação. A Lua chora de desgosto a perda do Cupido e o Sol, embora destroçado ainda acredita que ele um dia possa voltar.
Espera-se um dia o retorno do Cupido… A terra sente-se sozinha e clama incessantemente: LIBERTEM O AMOR!
sábado, agosto 26, 2006
Os mundos paralelos, cor-de-rosa acinzentado...
Carrego mortos, saudades, lembranças de momentos e pessoas que pensava serem meus. Burrice! Não tenho nada, apenas a ilusão de que algo me pertence!
Incompreensível vivermos obcecados em relação àquilo que apelidamos de nosso. Nunca o será!
Iludimo-nos buscando e acreditando ter algo eternamente junto a nós. O eterno existe?
Morremos, tudo acaba; como é que algo ou alguém será nosso para sempre? O que controlamos? Nada, não somos donos de nada, mas acreditamos ser donos de tudo...
É fácil iludirmo-nos, não encararmos a realidade, não pensar nas coisas. É mais fácil, à partida viver na inconsciência.
O cerne do problema é que quando vivemos em ilusão, acabamos por não atribuir o real valor que as coisas têm. Pior, por vezes temos tendência a sugar infinitamente e possessivamente as pessoas, os momentos, os objectos, e aí perdemos ainda mais porque até na ilusão as coisas acabam, por mais que sejam substituídas infindavelmente. Acaba por ser uma bola de neve que nos conduz ao devaneio, a um estado de desequilíbrio.
Chega a solidão e não sabemos lidar com ela.
E se encararmos inicialmente a realidade? Não será possível aceitar que as coisas têm o seu termo e que têm de ser vividas no seu máximo esplendor enquanto duram?
Agarramo-nos em demasia ao passado e esquecemos de olhar para o futuro. A possessividade agonia-nos e prende-nos nas suas teias ardilosas.
A vida serve para aprendermos, não para ficarmos presos a ela. Os momentos e as pessoas para nos ajudarem nessa aprendizagem, não para nos ampararem como se fossem a nossa bengala. Muitas das vezes é isso que queremos: amparo perante a nossa covardia, daí ambicionarmos que tudo dure para sempre, que as coisas estejam sempre ali de mão beijada, sem ser preciso batalhar por elas. Não somos capazes de avançar sozinhos, de arriscar de ir de encontro ao novo. Em suma: iludimo-nos, criamos realidades paralelas.
A ilusão e a possessividade servem como um hipotético antídoto perante a covardia.Não se resolvem medos, frustrações, o que seja, escondendo-os debaixo do tapete, ou sendo possessivo. É necessário aprender a lidar com a vulnerabilidade. Há coisas que são inevitáveis, cabe a cada um de nós retirar o melhor possível dessas situações nefastas.
Olhos abertos para tal, jamais ofuscados perante uma ilusão cor-de-rosa que cedo ou tarde se transformará em cinzenta.
22 anos...
sexta-feira, agosto 18, 2006
Cheirinho a baunilha...
Continuam a sua viagem em infinitos prados verdejantes, fazendo suspirar as árvores que impávidas e serenas inalam um néctar de aroma a baunilha.
Vejo-me reflectida no silêncio das sombras das árvores, em cada pétala que caí no chão, nas nuvens que rasgam os céus, na aurora silvestre. Um adocicado de cores reflectem-me...
Criar uma casinha e ali viver é pouco, tendo em conta os meus sonhos; a minha alma almeja voar, correr pelo mundo; preciso de muito mais do que quatro janelas...
Sim, correr o mundo ao sabor do vento seguindo o cheirinho a baunilha...
sexta-feira, agosto 11, 2006
Impulsos vs Razão...
Teimosos, persistentes e rebeldes viajam constantemente em inúmeros seres, provocando-lhes arrepios e um constante desejo de sucumbir à tentação.
Libertar-se, voar ao sabor do vento, ser livre...
Será através dos impulsos que conseguiremos tais feitos? Até que ponto esses mesmos impulsos desenfreados não nos poderão conduzir ao fracasso, à decepção ou ao isolamento?
Não serão os impulsos incontroláveis incessantemente, uma ilusão diabólica em relação à liberdade do ser humano? Um ser que se guia unicamente pelos impulsos, anda sem rumo, à deriva, sem saber o porquê da sua existência, sem discernimento para poder decidir convenientemente o que lhe poderá ser benéfico ou não...
E perante tanto devaneio chega-se ao fracasso, a uma teia ardilosa na qual esse Sagitário se viu preso. Aí sim, residirá a verdadeira prisão.
Não digo com isto que os impulsos são totalmente errados e a razão certíssima.
O que digo é que qualquer um deles levado ao extremo conduz o ser humano a um enorme vazio...
A chave do sucesso reside numa ponte de equilíbrio entre ambos. Façamos as nossas escolhas consoante os nossos desejos no entanto sempre com discernimento para que estás não nos prejudiquem num futuro próximo ou até mesmo longínquo.
O verdadeiro espírito de liberdade é esse: ser dono da nossa vida e trabalhar para a nossa evolução de uma maneira coerente, baseada na consciencialização, criando um ponto de equilíbrio entre essas realidades. Caso contrário, não passaremos de míseros loucos, libertinos ou reprimidos com sentidos de liberdade distorcidos.
Não é de estranhar que tenhamos a sociedade que temos. Pessoas alienadas, problemáticas e vazias...
Não pode existir supremacia de um a realidade em relação à outra, ambas trilham o nosso caminho enquanto ser humano, logo é impossível abdicar de uma em detrimento de outra. São opostas mas complementam-se.
Uma questão de grande importância: perceber realmente o que é a liberdade. A meu ver, existe nos tempos que correm (se é que não foi sempre) ideias muito distorcidas e pouco aceitáveis acerca deste conceito.
Precisamos sem dúvida de um equilíbrio que nos conduza a uma contínua evolução, jamais à estagnação, devaneio, recalcamento...
terça-feira, agosto 08, 2006
Que te aconteceu?
sábado, agosto 05, 2006
O cometa dos sonhos...
A todo o gás lá fui eu...
Chegada ao destino, (não que ele fosse traçado, o mal é que fiquei sem gasolina) acabei por aterrar numa nuvem enorme, muito fofa e que cheirava a algodão doce.
Conversamos horas a fio sobre os mais variados temas. A nuvenzinha era muito sábia e acolhedora. Uma autêntica mama que protege e ensina os seus filhotes. Senti-me acarinhada.
Em seguida, o Sr. arco-íris a sorrir veio ter comigo; fiquei um pouco encandeada porque ele era extremamente radiante e luminoso. Muito simpático e alegre convidou-me para dançar. De mãos juntas vimos o mundo ao redor e brincávamos brindando ao facto de podermos contemplar tanta magnitude.
Alimentei-me de amor, energia positiva e generosidade.
Cansada de um dia tão frenético e após um beijinho da estrelinha cadente acabei por adormecer. Ela embalou todo o meu sono.
Quando finalmente acordei percebi que a felicidade está nas pequenas coisas e que é preciso muito pouco, mas mesmo muito pouco para ser feliz...
Lá me resignei por ter de abandonar aquele local e o meu cometa dos sonhos. Vim a pé até casa... já a minha mãe me esperava com panquecas para o pequeno-almoço...
quarta-feira, agosto 02, 2006
Trevo mágico
Quando a esperança estiver recalcada pelo pessimismo, quando o coração estiver mirradinho de tanto sofrer, quando tudo à nossa volta perder o sentido, ou quando a dor for insuportável, ao virar da esquina estará um trevo da sorte que com pózinhos de perlim pim pim nos fará ver que existe sempre felicidade por detrás das cinzentas nuvens.
Os trevos da sorte são dádivas que vão aparecendo na nossa vida, cabe a cada um de nós aceitá-las ou não. Temos sempre ajudas para abrir as janelas que nos impedem de contemplar o arco-íris, então para quê deixá-las emperradas?
terça-feira, agosto 01, 2006
domingo, julho 30, 2006
Hieronymus Bosch (1450-1516)
Impávidos e serenos anjos e santos vivem involtos numa luz constante que os purifica e douta diariamente; em contrapartida, o mundo terreno nao passa de um palco onde a dor se torna um espectáculo aplaudido por muitos.
Dois mundos distintos: um onde impera a luz outro onde as trevas dançam efusivamente perante a solidão e a carnificina.
Até que ponto continuaremos a ser sacerdotes do masoquismo? Será assim tão dificil encontrar a luz?
sábado, julho 22, 2006
Edward Munch
A inocência que se perde num mundo de melancolia, dá conta da imensurável crueldade praticada pelo tempo...
A agonia que procura nos verdes prados a candura de um rosto apagado pelo vento é uma sombra que deambula algures num corpo devastado...
O fel do tempo espalha-se ao redor de si, coagulando um olhar que se prostra choroso num infinito e cintilante tempo de memórias...
O rosto cândido
Ao passar junto a um beco da grande cidade, vejo prostrado no chão um rosto cândido que seguia atentamente todos os movimentos à sua volta. O glamour das pessoas que passavam, os sacos a transbordar de presentes, os sorrisos contagiantes dos transeuntes. Todo o frenesim da grande cidade era visto ao mais infímo pormenor por aquele rosto, aquele olhar profundo e sôfrego...
Tentava constantemente esconder-se do frio que cada vez mais se intensificava.
Pouca roupa, lábios secos, de longe conseguia-se ouvir o tiritar de frio daquela pobre alma.
Lembro-me de ter parado a observá-lo... tremia incessantemente mas não parava de olhar o mundo à sua volta...
Várias vezes pediu comida, no entanto, a sua imagem era invisível aos olhos dos que passavam.
Os olhos ávidos, uma alma triste e uma barriga vazia; tudo isto reflectido num ser pequenino.
Uma criança que merecia amor, educação e comida, viu-se simplesmente atirada para uma sargeta. Foi obrigada a ver a fartura dos outros, sem que um pedaço de pão sobrasse para enganar um estômago à muito vazio.
Um anjo que se viu destinado ao inferno onde impera a soberba e a ganância.
O que para a sua ingenuidade era uma imagem de um mundo de sonho onde este gostaria de entrar, para mim não passa de um quadro negro e podre que todos os dias insistimos em pintar, cobrindo-o em seguida com cores último grito da moda...
sexta-feira, julho 21, 2006
Ouço-te nos passos do vento
Este silêncio sufoca-me!
Como dói esta ausência em mim...
quinta-feira, julho 06, 2006
Lacrima...
A lágrima que um dia deslisou sobre o rosto, correu por diversas vezes no coração mas encontrou por termo uma estadia onde entorpece sossegadamente.
A vida que mais parecia um potro selvagem, diminuiu o seu frenesim, sendo possível neste instante direccionar o olhar para o Éden que sempre ali esteve mas que era de certo modo velado perante tanta apoquentação.
O sol brilha incessantemente aquecendo a alma ao mesmo tempo que a direcciona para uma paz interior, espelhada através de um doce sorriso de menina.
Nem as tardes geladas de inverno, tão nostálgicas e escuras conseguem abolir a garra que cintila naqueles olhos castanhos, carregados de carisma e alegria.
Chegou a primavera e com ela um lindo canteiro de flores que é disposto bem juntinho ao coração...
terça-feira, julho 04, 2006
Expressar-se...
Procuremos um equilíbrio entre ambos pois tanto o nosso corpo como a nossa alma necessitam de alimento.
Erróneo canalizar toda a energia num único pólo, pois ninguém consegue andar muito tempo ao pé coxinho.
Expressar o que se sente com um abraço (por exemplo), não é sinónimo de fraqueza mas sim de qualidade; só prova que estamos vivos, que conseguimos amar os outros e acima de tudo, que somos livres nas nossas acções, sem medo de qualquer retaliação por parte de quem quer que seja; numa palavra eu diria: autonomia.
Só ama os outros quem consegue amar-se a si mesmo, caso contrário, não consegue sorrir para o mundo pois afoga-se em demasia em si e nas trevas que constrói à sua volta.
E já pensaram no quanto as palavras poderão ser única e exclusivamente discursos falaciosos muito bem construídos? Conseguem ser falsos nos gestos também?
Qual será então o mais genuíno?
Deixem de ser carrancudos, esbocem sorrisos, expressem sentimentos através de acções e reparem que há imensos arco-íris ao virar da esquina...
sábado, julho 01, 2006
Les rêves...
Elle complétement fascinée lui dit:
- Je trouve l´amour, la libérte et des gens avec des bons sentiments. L´homme souri. Elle lui demande pourquoi il est silencieux et Il lui reponde:
- Ma belle femme retournes à la realité! Tu as de la force intérieure, de l´amour et un grand et noble coeur. Ta détermination sera la clée pour trouver tous tes désires. Il y a une chose très fort en toi: la capacité de rêver; ça signifie qui tu a de l´espoir dans ton âme.
Tu vas réaliser tes rêves, tu seras heureuse!
Sonhem e voltem com mais garra para a realidade, nunca se esqueçam disso!
sexta-feira, junho 30, 2006
quarta-feira, junho 28, 2006
Corrói um corpo que se decompõem de um modo fulminante.
Os lábios secos necessitados de vida,
Os olhos inchados, sedentos de algo que os ilumine.
As veias que se contorcem num desespero delirante,
O tempo que passa e que intensifica o cheiro a bolor,
A vida que estagna e apodrece a alma.
As janelas fechadas que escondem a vergonha de existir,
O escuro que clama luz, mas não tem força para a encontrar.
O coração ferido vê-se involto num pó que se alastra devido a constantes tempestades de ventos malignos.
Criam-se vermes que sugam pouco a pouco a pele, dando conta de um espectáculo um tanto ou quanto fantasmagórico.
Prostrado num chão inundado de sangue encontra-se um corpo, cuja alma chora a sua desgraça, a sua vergonha.
terça-feira, junho 27, 2006
Faz-me falta
Choro por sofrer e sofro se não conseguir chorar...
Luto para não sofrer e sofro se nao lutar...
Olho e vejo o mundo à minha volta que gira constantemente a um ritmo frenético, eu própria ando a um ritmo frenético: ideias, acções, querer...
No entanto:
Faz-me falta momentos de solidão;
Faz-me falta ouvir o sussuro da noite e o brilho das estrelas cada vez que sorriem lá no alto do céu;
Faz-me falta perder-me para em seguida me encontrar e estar mais sábia.
Apesar de tanto individualismo, garra e perserverança também me
faz falta dormir algures num regaço de carinho.
Faz-me falta por vezes verem-me como uma menina... faz-me falta sê-lo!
sábado, junho 24, 2006
Destacar-se...
Como era de esperar, (até porque quem me conhece sabe que eu passo a vida a pensar nas coisas) a conversa ficou a remoer e a remoer na minha cabeça..
Deu-me para escrever isto:
Fala-se em se destacar e diz a Rita:
- Ena, ena, se alguém dá nas vistas é porque é muito giro.
Responde a Sara:
- O dar nas vistas, destacar-se não está necessariamente ligado ao corpo. Bem sei que a nossa sociedade (consumista) assenta muito em imagens, nomeadamente no corpo; no entanto Rita, o que muitas das vezes acontece é o seguinte: vês um gajo bom, ou um objecto lindo, uau ficaste babada, desejas aquilo, tens ou mesmo que não o tenhas, essa fascinação que se apoderou de ti é fugaz. E sabes porque o é? Porque no dia seguinte vais ver algo ainda mais bonito, que te vai chamar ainda mais à atenção. Vais esquecer o anterior e partes para o novo.
Agora imagina que conheces alguém com profundidade no discurso, uma sensibilidade fora do comum, alguém com o dom da palavra o que queiras chamar. A pessoa mexe contigo, com aquilo que sentes, faz-te repensar ideias, dogmas o que seja. Tu paras, olhas, admiras, adoras, remoes nas palavras que te foram pronunciadas, é-te difícil esquecer. Em suma, marcou-te!
Esse alguém destacou-se porque conseguiu mexer contigo, compreender-te, ensinar-te como se calhar até agora ninguém o conseguiu.
Responde a Rita:
- Pois tens razão há vários tipos de destaque… Os olhos iludem-se por momentos, inebriados pela beleza estética, no entanto são as palavras e os pensamentos que nos conquistam e criam laços dentro de nós, impossíveis de desatar.
- Tu destacas-te Sara, tu destacas-te!
quinta-feira, junho 22, 2006
Triste, amargurada, solitária... de repente toca a música...
Ela atiça-me para dançar...
Danço lentamente, passo a passo... eis que um toque percorre ao de leve o meu corpo... aiiii, sinto arrepios.
O toque torna-se cada vez mais intenso, aquece-me a alma, faz-me dançar a um ritmo frenético. Estou completamente inebriada!
Abro os braços, sorrio, rodopio incessantemente... hum... que sensação!
Uma energia apodera-se de mim. Estou feliz, sinto-me livre, apetece-me voar bem alto, bradar ao mundo o que sinto. Essa energia purifica-me a cada toque, rega-me a alma, espevita cada sonho meu, aclara cada ideia.
Ao seu compasso, de olhos fechados sou conduzida a uma viagem de sensações delirantes.
Ups! O toque cessou, igualmente a música. Abro o olhos e o sol brilha acompanhado do vizinho arco-íris.
Questiono-me: o que sentira eu? Uma voz doce sussura-me ao ouvido: foi a chuva, a música e o toque da chuva!
terça-feira, junho 20, 2006
Bastava uma palavra...
Lembro-me de o ver prostrado ao redor da mesa, sucumbindo num gemido gélido e extremamente impressionante para os meus infelizes olhos. Subitamente desatou a gritar. Apelidava-se de covarde, de monstro, de doido, falava algures ao longo do seu discurso extremamente distorcido pela aflição, em por um termo à sua vida pois não suportava a vergonha perante o que tinha feito, não suportava a vergonha que sentia ao ver-se ao espelho. Sentia-se um pedaço de pão bolorento, um Zé ninguém.
Aquela imagem grotesca até hoje me aterroriza... assisti naquele quarto a uma morte lenta, agonizante. Dia após dia a situação piorava, o Ricardo já pouco comia, vomitava dia e noite, chorava (quando os pulmões o permitiam), estava fraco, acamado. Era a decadência em forma de gente!
Eram 16h da tarde do dia 12. Uma tarde de verão sublime, mais parecia uma paleta de cores gritantes. Decidi visitá-lo. Encontrei-o de olhos semi cerrados, tossindo compulsivamente.
- Aproxima-te Adelaide, disse ele num tom muito rouco.
Aproximei-me dele, dei-lhe a mão. Uma lágrima rolou sobre o seu rosto pálido e ele começou a contar-me:
- Sabes mocita, acho que neste momento sei o que é o amor de verdade. O arrepio que me gela a espinha, o coração apertado, o mundo que de repente ganhou outra forma.. a alegria que sinto no meio de tanta dor. O amor foi o graal que encontrei numa vida marcada por sucata. Sou um asno, não o soube agarrar.
- Sabes que és muito especial para mim não sabes? Perdoa-me por ter sido um covarde e não te ter dito o que sentia, mas...
Subitamente sinto a mão dele a agarrar a minha com força, senti uma mescla de medo com euforia, foi surreal. A sua voz começou a falhar-lhe, não sei se por estar extremamente assustada, ou por outro factor que ainda não tive a oportunidade de reflectir convenientemente, por momentos abstraí-me do discurso dele, só me apercebi da parte final:
- Amo-te Adelaide, sempre te amei! Agradeço todos os dias a Deus (se é que ele existe) por me ter dotado de visão, foi ela que me permitiu observar cada contorno do teu meigo rosto. Foste sem dúvida a coisa mais bonita que me aconteceu na vida, meu anjo sem asas.
- Perdoa-me por ter sido um covarde!
Era tarde, as palavras que eu uma vida inteira desejara ouvir tinham sido pronunciadas naquele preciso instante, mas era tarde, o meu eterno amor jazia no seu leito para todo o sempre.
Uma vida inteira amigos, uma vida inteira enamorados um do outro e ninguém tivera coragem de o dizer.
Carrego comigo esta culpa para todo o sempre, assim como o meu amor carregou o meu coração com ele.
Caso as minhas lágrimas com a dor e o remorço que me gelam a alma.
Como fui impotente, a covarde sou eu que te deixei partir sem saberes que te amava...
Ó que diabo de burrice humana!
sábado, junho 17, 2006
TU!
Tu passas,
Mas também sabes ficar para sempre!
Cada dia é um dia!
sexta-feira, junho 16, 2006
Grito de Liberdade!
quarta-feira, junho 14, 2006
A rosa
terça-feira, junho 13, 2006
Porquê?
De dia para dia é cada vez mais difícil encontrar alguém capaz de ser genuíno. Tudo usa disfarces, tudo se camufla, tudo engana e trapaceia. Não entendo essa necessidade enorme das pessoas viverem para as aparências, para o egoísmo desmedido. Será que elas estão erradas ou sou eu que estou num mundo/sociedade errada? Faz-me imensa confusão a falta de respeito pelas pessoas, a desonestidade; parece que as pessoas só são felizes se pisarem e maltratarem os outros. Hoje em dia o que conta é o "estar por cima", é as disputas de quem é melhor, é o ego inchado e o coração vazio...
Tenho saudades de gestos de carinho verdadeiros como um abraço de alguém que gosta de mim, ou um sorriso cúmplice de um amigo. Sei lá, passar horas ao telefone a debater teorias e dogmas com alguém que goste de reflectir. Passear, tertuliar bastante. São estas pequenas coisas que são tão saborosas na vida. Comer um gelado e mandar uma piada foleira, ir ao cinema, ver o mar, jantares de amigos, saír de casa às 4h da manhã debaixo de uma chuva imensa para ir ter com alguém que te ligou a dizer que precisa da tua palavra amiga. Não sei, para mim são gestos, momentos, acções carregadas de simbolismo. Acusam-me de ser individualista. Será que o sou mesmo ou será que são os outros que não sabem viver em sociedade? Ou sou eu que tenho uma ideia errada do que é viver em sociedade? E será que as pessoas sabem a diferença entre estas duas palavras: amigo vs companheiro? Não sei! Gostava de pensar mais sobre isso, aliás, vou ter de começar a pensar mais sobre isso. Era bom que todos quisessemos pintar o mundo de outra cor, a que vejo neste momento está demasiado ofuscada, ou então sou eu que sou uma esquisita do caraças!
sábado, junho 10, 2006
Mar!
Por entre a espuma das ondas, a liberdade expande-se inundando-me a alma com um sabor salgado, fresco, suave. É no mar que encontro pouso para as minhas ideias, reflexões, sonhos, devaneios. É ele que ouve o meu grito ferido e silenciado...
É ele que me conduz à paz de espírito, a uma alegria, a um extâse corporal.
É sem dúvida um dos grandes amores da minha vida... o eterno mar que sempre despertou em mim o desejo de viajar, longe, muito longe, de procurar o até hoje não achado.. Ele sim dá aso às minhas utopias...
Amo-o!
domingo, junho 04, 2006
E tudo passa!
Muita coisa à minha volta mudou, dogmas caíram, pessoas caíram, sentimentos idem aspas. Algo de totalmente novo brota incessantemente...
Uma nova fase começa e a partir de agora eu quero cuidar de mim e quero ter ao meu lado tudo aquilo me me faça bem, não o contrário. Foi mais uma página virada na minha vida... Obrigada saturno na 4, eu aprendi a lição!
sábado, junho 03, 2006
Dé! (03/06/06)
Hoje é o teu dia, hoje é o teu momento, vive-o intensamente! Agarra a tua vida com toda a força e faz brotar dela tudo o que de bom existir..
Mais um ano, mais sabedoria, mas conhecimento de ti, mais vivacidade! Continua a crescer e que cada aniversário seja o festejar da alegria de existires... vale a pena sorrir para o mundo porque ainda existem pessoas como tu.
Quero que saibas que te AMO... PARABÉNS!
quinta-feira, junho 01, 2006
O tempo que outrora se vivera, jamais voltará; este expungiu pessoas, momentos, sentimentos, mentiras, verdades, felicidades, tristezas...
Novos tempos vieram, novos tempos virão, mas uma nostalgia permanece a quando da reminiscência das coisas... a esse suave fel eu chamo saudade... Façamos desse saibo algo constantemente efémero que nos conduzirá a uma aprendizagem, a uma melhor postura e condução da nossa vida em próximas desventuras, uma doce recordação, jamais uma enclausura que nos faça desperdiçar as oportunidades de deliciar de novos e intensos prazeres.
A vida é tão fugaz! Vivamo-la como se se tratasse de um pequeno botão de rosa, belo mas com data marcada para seu termo. Aproveitem-na enquanto esta subsiste.
segunda-feira, maio 29, 2006
domingo, maio 28, 2006
sábado, maio 27, 2006
Um pequeno grande gesto!
Dor...
Muitas pessoas insistem em cometer os mesmos erros, em fazer as mesmas asneiras, em seguir os mesmos caminhos quando estão fartos de saber que voltarão a desmoronar.
A evolução é feita a partir do momento em que o ser humano assume que errou, luta para mudar o rumo da sua vida e decide alargar os seus horizontes. Aí sim, a dor serviu de instrumento numa intensa aprendizagem.
O mal disto tudo é que as pessoas gostam muito do papel de vítima e para tal insistem num jogo de masoquismo constante... Muitas das vezes ou até mesmo dos casos, esse jogo é uma maneira "subtil" de dar nas vistas.
Ao invés de chorarem tanto, de se lamentarem tanto, talvez seja muito mais inteligente e eficaz deixar de lado esse "pessimismo" e entender de uma vez por todas: "choramos, caimos, mas também temos força o suficiente para tal como a fénix, renascer das cinzas..."
Não querem aprender? Então força!! O masoquismo está na moda; morram afogados na dor e ignorantes em relação a vós mesmos.
sexta-feira, maio 26, 2006
A eterna ignorância...
Suave Veneno
Percorres tu o meu corpo,
Conduzes-me a um estado de pleno êxtase.
Possuis-me, alucinas-me, enlouqueces-me
Deixas-me fora de mim...
O meu coração bate descompassado,
As minhas veias rebentam.
Tudo é intenso, brilhante, sorridente;
Tu impões-te soberbamente em mim...
Inexplicável, surreal, inconstante...
O meu ser vive envolto numa teia excitante.
Sou tua escrava, tua amante, sou tua...
Provei o veneno, a minha alma flutua…
quinta-feira, maio 25, 2006
A noite, a noite, a noite...
Ela é a minha companheira, a minha confidente.. é ela que me faz alcançar planos pouco convencionais e ao mesmo tempo tão plenos de essência..
É perante o seu silêncio que me solto, que devaneio e ao mesmo tempo me descubro..
É inexplicável o quanto ela mexe comigo... o quanto faz parte de mim...
Oculis animus habit
Numa sociedade como a nossa talvez fosse de valor e extremamente didáctico as pessoas pararem um pouco para se olharem umas às outras... acredito piamente que um sem número de emoções seriam vividas, talvez o mundo em que vivemos fosse bem diferente e provavelmente a sensibilidade seria algo que se espalharia de uma maneira bombástica...
Espero continuar a ter forças para olhar no fundo dos olhos das pessoas.. é bom sinal!
Somos donos da nossa vida ou alguém a comanda por nós?
A verdade é que constantemente sinto contradições medonhas; contradições essas que me conduzem a inúmeros raciocínios circulares e viciosos.. digo isto porque é do meu feitio procurar respostas constantemente, e quanto mais difíceis são as coisas mais cativantes se tornam... digamos que o raciocinar é a minha droga..
Sinceramente custa-me a acreditar que possa ser "comandada", mas há tantos mas tantos momentos em que sinto a intervenção de algo totalmente estranho e não identificável que me perco em teias e teias de dúvidas.. será que algum dia conseguirei dissipá-las?? Não sei.. quiçá.
L´homme d´aujourd´hui
L´homme du XXI ème siècle se considère très cultivé et supérieur parce qu´il a développé la science, pendant les derniers deux siècles et il a fait des découvertes très importantes. Il a construis des machines comme le portable, la télé, l´ordinateur, la voiture, etc.
Cette capacité de création le mène à penser qu'il est le "maître du monde"; il pense qu´il domine tout… malheureusement il ne sait pas qu´il vit de l´inconscience, qu´il est esclave de la machine qu´il a construis.
L'homme est dépendant de la machine; elle est le soutien de son existence, si elle disparaît, l'homme devient fou. Donc, il ne possède pas les capacités physiques et les capacités psychologiques de vivre par lui-même…
L'homme est quelqu’un de malade dans sa phase terminale; la machine est l'oxygène qui a les subsistances pour qu´il vive.
L'homme d'aujourd'hui est une personne vaine et il se perd dans sa vanité.
Il ne regarde pas les moyens pour atteindre ses fins; c'est la pure représentation du vide en ce qui concerne les sentiments.
Comme la machine qu´il a créé, il a une obsession pour un idéal du pouvoir… du domaine. Il ne se souci pas avec des gens qui sont autour de lui.
Il pense… stupidement, qu'il est immortel, qu'il ne mourra jamais… qu´il pourra exercer son domaine (de l’illusion) perpétuellement...
Cependant la mort est une certitude qui néanmoins, est constamment ignorée. Au moment où elle vient étroitement… dans l´agonie… nous comprenons notre vrai état: un être qui respire, un être qui se déplace mais qui n’a aucun contenu; une marionnette, un « je » sans volonté propre...
Nous sommes pareils dans la vie et dans la mort : une putréfaction.
Serons-nous un jour des êtres libres? Aux futures générations, je souhaite bonne chance pour la concrétisation de cet objectif perpétuel.
En ce qui concerne ma génération, je considère impossible... nous vivons prisonniers des choses matérielles... nous vivons dans l’illusion.