quinta-feira, outubro 26, 2006
Outono...
Ao Verão de acções da lugar a ramagem solitária e amarelecida que desprende a chuva que invade a alma...
Chegou o Outono da vida onde se aconchegam as colheitas obtidas durante o exórdio primaveril...
Irrompe-se o silêncio em mim, a introspecção, a busca profunda da essência das coisas.
Caiem as primeiras folhas caducas e inúteis, as sobras dispensáveis do Verão agora já fugido. Procura-se o profundo, o verdadeiramente importante, o que preciso e me toca na alma.
No Outono começa a assimilação profunda, a percepção intensa do que sou, o enriquecimento de tudo… tudo é escorpiónico…
Sobre a ramagem molhada esconde-se o caminho da vida, a delícia da existência. Sobre o sofrimento encontra-se o caminho, as escolhas através da luta, da auto-consciência, do pensamento e da vontade.
Nas gotas da chuva limpo-me, curo-me, preencho-me…
Vou andar, andar muito, mas esta frio… Dói quando o frio bate na pele, dói até aos ossos, como dói, mas cura e se cura…
É melhor levar o casaco pelfudo para me proteger do frio. Acho que todos gostamos de casacos pelfudos, convém é conservar esses casacos porque há sempre Outono e faz sempre frio…
No verão esquecemo-nos disso, mas ele volta, volta sempre e muitas das vezes já não existem casacos porque foram deixados algures, deterioram-se…
E la vou eu… sinto o frio a bater-me nas faces, as mãos enrugam-se e chapinho nas poças de água, mas lá vou eu… A chuva cai, o chapéu-de-chuva agita-se, mas lá vou eu… O frio intensifica-se, mas lá vou eu...
Para onde vou? Não sei… no Verão voltamos a encontrarmo-nos e logo te direi o que hoje não sei dizer...
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