Subir as escadas da ilusão, emaranhar os sentidos, soltar lá no alto, perto das estrelas, nas galáxias resplandecentes, os sentimentos escondidos no velho baú do sótão em ruína, onde ninguém jamais conseguiu entrar.
Desejar voar num mundo de metáforas onde o brilho do luar enternece a alma que solitária atingiu o cume da tristeza maquiavélica…
Cada gota de orvalho que se desprende dos lúzios explode ao redor, salpicando uma chuva constante de asteróides que deambulam pelo infinito, pelas profundezas da minha, tua, sua essência…
Cessam-se as pálpebras e molda-se instantaneamente um sorriso que se encontrava guardado nas profundezas de um coração que à muito se via consumido por estricnina.
A recordação ornamenta todo um universo de sensações; o arrepio que se filtra na pele, o contorcer de movimentos, primeiramente bruscos movidos pela agonia, transitam depois para um relaxamento constante, uma suave dança de harmonia…
No primado dos sonhos a alegria beija-me, envolve-me cantando o hino da paixão…
Abraços calados e sentidos, toques deambulatórios sobre os rostos, a doce alegria e efusividade de crianças que se sentem abençoadas por algo divino, imortal, único; o brilho da intensidade sentida propaga-se de uma maneira avassaladora na corrente sanguínea, fazendo pulsar furtivamente as veias que desenfreadas desejam rebentar de êxtase…
Os momentos passados são vistos como flashes intensos e emotivos; são o aconchego que procuro no interior de mim, nas pequenas partículas sensoriais que viajam na minha essência, no ponto-chave da minha alma.
O tempo que tirano me rouba os momentos avançando constantemente sem olhar para trás, insiste em lutar contra mim, arruinando-me e deteriorando o meu interior… mas teimosa e obstinada, cerro os olhos, encerro os lábios e os ouvidos e viajo, viajo por entre mundos de sensações diversas, por entre as nuvens que se encontram para além do palpável; fujo do terreno e busco a paz, o aconchego, o sussurro da verdade que só por mim foi vivida e sentida.
Nada me roubam...
Eu reconstruo os destroços causados pela realidade e curo as dores sentidas, revitalizando-me para depois entrar nela novamente.
Eternas lutas são travadas, sangue derramado, feridas abertas, mas a capacidade de sonhar, de viajar, essas encontram-se reinantes em mim…
Beijo pétalas de doçura que desprendo pelo mundo, gravando cada uma delas com uma lágrima de esperança…
terça-feira, outubro 17, 2006
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1 comentário:
so pra dizer que o visual do blog tá muito cool e deixar te beijikos
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