quarta-feira, junho 27, 2007

O que é o amor?

O que é afinal o amor?
Ora vejamos, a primeira teoria que se têm acerca do amor é que este abarca a estabilidade e durabilidade de uma relação. Logo um casal que mantenha um relacionamento de longa duração é, à partida, um casal que se ama e que conseguiu enraizar esse amor.
Depois temos a concepção de amor assolapado, onde um namoro se inicia hoje com o casal a amar-se loucamente. O interessante é que passado uma semana toda a magia se desvaneceu e às pessoas tornam-se indiferentes uma para a outra. Em última linha de análise temos a confrontação do amor com a respectiva dependência e possessividade afectiva.
No primeiro caso poderemos observar casais que estão juntos há anos, mas que simplesmente não se conhecem, não falam sobre os seus sentimentos, não partilham emoções, partilham apenas uma casa, despesas, filhos, etc. Quantas mulheres são espancadas pelos maridos, ou vice-versa? E as traições a cada um sujeita o seu parceiro? Onde está o respeito? Muitas das vezes cada um segue a sua vida, sem a partilhar. Realmente a relação tem durabilidade, não por amor, mas porque parece bem aos olhos da sociedade coabitar, ou por comodismo, ou ainda porque é difícil estar só. Há durabilidade, uma fictícia estabilidade e uma profunda amargura.
No segundo caso, assistimos a uma chama intensa que facilmente se apaga, talvez porque a sua intensidade não seja suficientemente forte e verdadeira.
O terceiro caso está intimamente ligado com os anteriores e espelha ainda a falta de identidade de muitas pessoas.
No primeiro caso assistimos a uma relação pseudo-sólida, a chamada relação de posse. Eu tenho um marido, é meu. Ou a uma relação de dependência: eu preciso do meu marido para me pagar as contas porque não me apetece trabalhar. Eu preciso da minha mulher para apresentar aos meus sócios a imagem de família feliz e estável.
No segundo caso repete-se a mesma lenga-lenga. "Eu preciso de ter alguém porque não consigo estar só" (dependência/posse).
Há ainda a vertente do "amar é sair de mim e absorver a identidade de outro alguém”. Será que isso é realmente amor? Não será uma espécie de dependência/posse aliada à falta de identidade? Uma relação subentende-se como uma consecutiva partilha de valores, e uma constante evolução e aprendizagem conjunta. Como é que eu posso partilhar algo se não tenho nada que seja meu? Se eu absorvi a identidade do meu parceiro, nada me resta.
A meu ver, o amor é algo demasiadamente badalado, todos afirmam senti-lo, mas, perdoem-me o elitismo, são poucos os que tem a capacidade de o entender e sentir. E porque? Por que chegar a ele implica um longo percurso, onde somos chamados a crescer, a amadurecer emocionalmente, a trabalhar arduamente, a desprendermo-nos de sentimentos mesquinhos. O amor é um tesouro, onde só os genuinamente puros de alma e coração a ele ascendem. É efectivamente uma espécie de troféu, só que neste caso, não é com trapaças que lá chegamos. Mais do que ganhá-lo é preciso saber senti-lo e isso só se aprende com muito querer. O mundo não o conhece, banaliza-o, pseudo afirma-se como seu portador. Daí as lágrimas que diariamente são derrubadas. O amor não é dor. Não sofremos por amor, sofremos por nos agarrarmos a sentimentos desnorteados, possessivos, diabólicos. Sofremos pela podridão que acumulamos dentro da nossa alma.
O amor é uma luz, é a paz, a plena essência, o expoente máximo da aprendizagem humana.

É missão OBRIGATÓRIA do homem aprender a senti-lo, desprendendo-se do egoísmo, marca registada da condição humana.

1 comentário:

Anónimo disse...

isto do amor tem mesmo (muito) k se lhe diga...
é engraçado ver por aí "casalinhos" muito contentes, de mão dada, aos beijinhos, aos amaços, como se não houvesse amanhã.
é engraçado ver como as pessoas utilizam a expressão "amo-te" com a mesma frequência com que o preço do petróleo varia no dia-a-dia.
é engraçado ver também a quantidade de parceiros que essas mesmas pessoas afirmam "amar".
e como mais vale cair em graça do que ser engraçado...
basicamente, hoje em dia, as pessoas confundem o amor com uma relação efemera do tipo "mastiga e deita fora".
é triste mas é verdade e cada vez mais tende a piorar pois a mentalidade já não é o que era.
"Amores" falsos, materialistas, venenosos, por conveniência...
tudo isto deturpa o belo sentimento do AMOR...
primeiro procurem-no, sintam-no, só depois digam "Amo-te"