quinta-feira, julho 26, 2007

Volúpia...

Sobre o manto diáfano da noite esconde-se a voluptuosidade…
Um céu incandescente, fervilhado de constelações sorridentes e harmoniosas, exprime-se num rosto deleitado, imanando um sabor de pecado…
São 4 horas da manhã e o silêncio pacífica o mundo. Há porém uma alma que se exalta ao deambular pela contemplação celestial.
Uma mulher intrigante deixa cair sobre o velho estrado de madeira, um pequeno tecido de cetim que lhe resguardava as costas…
Um calor incessante abunda no
ar, infiltrando-se no ponto chave do corpo de Rita. O silêncio é aniquilado pelo arfar da jovem ao humedecer os seus lábios, cerrando em seguida os olhos por breves instantes…
O desejo nasce…
Uma mão procura percorrer lugares bravios, desenhar círculos sobre a pele e contorná-la, sentindo um remoinho de sensações…
O coração de Rita palpita descompassadamente e a sua voz murmura inconsciente o ardor que a consome.

As suas mãos dividem-se sobre o seu corpo… O toque suave sobre os seios humedecidos é acompanhado por um gingar de anca contínuo, originando uma avalanche de emoções…
A noite transborda a vida que desliza sobre a forma de suor em cada recanto daquele corpo.
Rita esgueira-se da janela e deita-se sobre os lençóis que acolhem a sua voluptuosidade feminina.

A volúpia intensifica-se com a viagem contínua da mão que percorre milimetricamente o caminho na demanda pelo deleite.
Há um aroma a pecado que se entranha nas paredes do quarto azul, alguns gemidos desnorteados e um rebolar do corpo sobre o branco imaculado dos lençóis.
A mão fixa-se sobre a caverna do conhecimento e busca uma lição acerca do desejo. Toca-o!
As estrelas, cada vez mais luminosas, gravitam no céu e o olhar de Rita percorre-as…
Um grito ecoa… um último desejo, uma gota vertida e um cerrar de pernas.

Rita repousa sorrindo, a noite esvai-se e um novo dia começa…



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