sábado, julho 28, 2007


Ocorre-me pensar na vida como uma sombra reflectida sobre os meus passos…
Será que os meus pés nunca se vão desgastar? E a sombra, estará lá sempre?

quinta-feira, julho 26, 2007

Volúpia...

Sobre o manto diáfano da noite esconde-se a voluptuosidade…
Um céu incandescente, fervilhado de constelações sorridentes e harmoniosas, exprime-se num rosto deleitado, imanando um sabor de pecado…
São 4 horas da manhã e o silêncio pacífica o mundo. Há porém uma alma que se exalta ao deambular pela contemplação celestial.
Uma mulher intrigante deixa cair sobre o velho estrado de madeira, um pequeno tecido de cetim que lhe resguardava as costas…
Um calor incessante abunda no
ar, infiltrando-se no ponto chave do corpo de Rita. O silêncio é aniquilado pelo arfar da jovem ao humedecer os seus lábios, cerrando em seguida os olhos por breves instantes…
O desejo nasce…
Uma mão procura percorrer lugares bravios, desenhar círculos sobre a pele e contorná-la, sentindo um remoinho de sensações…
O coração de Rita palpita descompassadamente e a sua voz murmura inconsciente o ardor que a consome.

As suas mãos dividem-se sobre o seu corpo… O toque suave sobre os seios humedecidos é acompanhado por um gingar de anca contínuo, originando uma avalanche de emoções…
A noite transborda a vida que desliza sobre a forma de suor em cada recanto daquele corpo.
Rita esgueira-se da janela e deita-se sobre os lençóis que acolhem a sua voluptuosidade feminina.

A volúpia intensifica-se com a viagem contínua da mão que percorre milimetricamente o caminho na demanda pelo deleite.
Há um aroma a pecado que se entranha nas paredes do quarto azul, alguns gemidos desnorteados e um rebolar do corpo sobre o branco imaculado dos lençóis.
A mão fixa-se sobre a caverna do conhecimento e busca uma lição acerca do desejo. Toca-o!
As estrelas, cada vez mais luminosas, gravitam no céu e o olhar de Rita percorre-as…
Um grito ecoa… um último desejo, uma gota vertida e um cerrar de pernas.

Rita repousa sorrindo, a noite esvai-se e um novo dia começa…



quarta-feira, julho 25, 2007

Uma visão de artista...



Ser uma artista!
Bordar as minhas emoções sobre o manto da tua pele, deambulando por entre remoinhos de ponto cruz. Tentar encontrar a perfeição, a harmonia digna de uma obra de artista. Rodopiar com a agulha sobre o ínfimo de ti, procurando o sublime desenho do amor.
Uma pétala é gravada sobre o teu dorso, contornada por um suave fio dourado que delimita um vermelho avassalador. Um vermelho condensado que esconde no seu seio uma pedra preciosa: um topázio. Transparência sobre o mistério. Uma técnica de artista!
Não é afinal o amor, a mais bela das artes na nobre perfeição de existir?


Uma visão de artista…

sábado, julho 21, 2007

Parem o carrossel, que me dói existir!

, Na surdina da escuridão, arremessar ao vento um eco sufocante … Deambular pelas fragrâncias exaladas na extinta despedida. Exasperar-me!
Tiritar de frio num silêncio agudo que desconfigura a alma, tornando-a rude. Desabrida angústia que me percorre as veias, deslizando em forma de chuva ao longo das minhas feições. Insolente vicissitude que me viola os sentidos e me faz gemer num pranto contínuo.
Pomba da paz, por onde voas? Qual rumo me aguarda? Quais ventos me arrastam?
Inevitável destino, cruel insensatez. Choro eu, chora a humanidade arruinada...
Parem o carrossel... que me dói existir!

quinta-feira, julho 19, 2007


Sonhavamos...
Eu bailava contigo ao compasso do amor e cintilavamos mais do que uma estrela ao contempletarmo-nos. Amavamo-nos!
Navegavamos num mar de emoções que desprendiam faíscas de alegria a cada novo acordar. Adoravamo-nos!
Arremessavamos a felicidade que sentiamos ao mundo, colorindo-o com todos os sombreados dos nossos desejos.
Hoje eu ainda cerro os olhos para ver o infinito, mas limito-me ao seu rebordo...
O plural dissipou-se!
A cama onde flores cresciam diariamente é mais sombria. Algumas murchuram, mas ali permanecem, inanimadas.
Continuo a despir-me, debruçando o meu corpo sobre o leito da verdade. Sozinha!
Está frio, o corpo treme, mas mantem-se estático...
No rebordo, estou no rebordo! Eu que um dia conheci a mansão do infinito!
Já não sei se sonho ou se simplesmente me digno a sentir saudade...

segunda-feira, julho 16, 2007

Lunar

A Lua é constituida por pedaços de sonho atados com fio de ouro às emoções. Coabita no universo e infiltram-se na corrente sanguínea de habitantes terrestres. É igualmente portadora de partículas de ser que em conjunto moldam uma alma mágica.
Ser lunar é entrar numa dança espiritual onde a verdade se eleva, regando a noite com doçura. É ser uma borbuleta que absorve o sonho, sente-o nos seus genes, dando-lhe em seguida cor, num painel imenso a que chamamos vida.

quinta-feira, julho 12, 2007



Depois de tanto suor, sangue e lágrimas fechou ao fim mais um percurso...
Depois de tanto conhecimento, de tanto crescimento, de tanta descoberta, a porta fecha-se com êxito.
Foram anos dolorosos e fantásticos e tu, querida Flul, ficarás para sempre gravada no meu coração...

Ó letras, ó letras
Orgulho-me de ti, orgulho-me de ti
Passando ou chumbando, passando ou chumbando
Chumbando ou chumbando, chumbando ou chumbando
Ó letras, o melhor que há, hey!



Porque os sonhos realizam-se...










sexta-feira, julho 06, 2007








Inexistente a distância entre os sentimentos e a chuva...