Apetece-me rasgar o ar sisudo da tua boca com o contorcer malandro da minha língua. Tocar-te lentamente ao compasso das sensações, aniquilando o silêncio com o ruído ensurdecedor da reacção química dos nossos beijos.
Hoje apetece-me tudo! Explodir e viajar alucinadamente por becos e ruelas de desejo, transpirar, emaranhar-me em cada contorno do teu corpo procurando delícias até então por desbravar...
A chuva caí compulsivamente e eu perco o rumo; deambulo nos teus braços perdendo-me entre a tua cintura...
Onde fica o paraíso? - Pergunto-te eu. Aqui, prova-lo! - Respondes-me tu.
O meu coração inunda-se, a minha alma estoira de loucura como um foguete arremeçado em dias de festa. Já não defino o que quer que seja, apenas me deixo levar pelos teus movimentos contorcidos e enérgicos. Aí! Tão vigorosos!
O mesmo me pedes, sendo uma entrega total...
Estás em mim... no meu corpo, na minha alma, em cada gota de suor derramado, em cada gemido...
Estamos prestes a viver o último contorcer de loucura no êxtase da noite molhada... sinto-te intensamente!
Agarra-me! Mais e mais e mais...
Subitamente, sinto verter em mim a última gota do desejo ao mesmo tempo que as pétalas de rosas, por ti arremeçadas, escorregam ao longo de todo o meu corpo.
O teu abraço aconchega-me e a tua boca sussura-me um Amo-te. É assim que adormeço: protegida por ti nos lençóis manchados de luxúria...
sábado, novembro 25, 2006
domingo, novembro 19, 2006
Megalomania
Quando os palácios sumptuosos onde nos refastelamos, (criando um ego artificial), se desmoronam... reconhecemos uma realidade podre, escondida por detrás de uma suprema pintura extremamente carregada.
As fadas transformam-se em anacondas, a máscara de perfeição cai, o poder, a ganância e a prepotência, dão lugar ao surto, à loucura e à miséria...
A realidade apresenta-se esculpida a sangue frio, os sonhos desmoronam-se, ou até mesmo os pesadelos, consoante o carácter das pessoas.
É a partir daí que se dá a libertação dramática... talvez mais tarde apelidada de salvadora.
Eis que é chegada a hora de aniquilar o diabo que algures nos atormenta...
Chegou a hora da torre sofrer a acção do raio vingador; ela vai cair e arrastar consigo toda a podridão que durante muito tempo a sustentou: cai a megalomania!
sexta-feira, novembro 17, 2006
Tirá-la-ia uma única vez, mostraria aquilo que sou mas que não é perceptível à primeira... demonstrá-lo-ia... mas olharias? Por algum instante pararias para olhar? Diz-me, sussura-me um sim e ela será tirada, aniquilada quiça...
A máscara que subsiste é misteriosa, intensa, enigmática...
Estás disposto a ver por trás do visível, bem, bem mais além?
Andam pelo mundo fora diversas máscaras, de todos os tamanhos, feitios e cores. Umas enganadoras, ocultando um vazio profundo ou até mesmo um devaneio imenso; outras há, guardiãs de um precioso tesouro ao qual muitos ou quase todos não dão valor.
Vamos fazer uma troca? Eu tiro-te a máscara e tu a minha; veremos então, que males ou bens se mostram verdadeiramente ao mundo...
A máscara que subsiste é misteriosa, intensa, enigmática...
Estás disposto a ver por trás do visível, bem, bem mais além?
Andam pelo mundo fora diversas máscaras, de todos os tamanhos, feitios e cores. Umas enganadoras, ocultando um vazio profundo ou até mesmo um devaneio imenso; outras há, guardiãs de um precioso tesouro ao qual muitos ou quase todos não dão valor.
Vamos fazer uma troca? Eu tiro-te a máscara e tu a minha; veremos então, que males ou bens se mostram verdadeiramente ao mundo...
O que seria eu?
E se acaso eu deixasse de tentar tocar o infinito ou deixasse de tocar as gotas da chuva embalas no extâse das memórias cintilantes?
Se eu deixasse de olhar para o céu quando há tempestade, vendasse os olhos, rodopiasse sem sair do mesmo lugar... o que sucederia?
Se ao invés de sorrir na amargura me torna-se como ela, se não sonhasse, apenas me "mundianizasse"... o que seria eu?
Ao invés de pensar e conhecer, passaria a adaptar-me à anulidade intelectual restringindo horizontes... que pessoa seria eu?
Seria completa sendo cliché, sou incompleta sendo diferente? Afinal o que é correcto para ser um "eu"?
Se eu deixasse de olhar para o céu quando há tempestade, vendasse os olhos, rodopiasse sem sair do mesmo lugar... o que sucederia?
Se ao invés de sorrir na amargura me torna-se como ela, se não sonhasse, apenas me "mundianizasse"... o que seria eu?
Ao invés de pensar e conhecer, passaria a adaptar-me à anulidade intelectual restringindo horizontes... que pessoa seria eu?
Seria completa sendo cliché, sou incompleta sendo diferente? Afinal o que é correcto para ser um "eu"?
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