domingo, julho 30, 2006

Hieronymus Bosch (1450-1516)

"O juízo final" (centro)

Impávidos e serenos anjos e santos vivem involtos numa luz constante que os purifica e douta diariamente; em contrapartida, o mundo terreno nao passa de um palco onde a dor se torna um espectáculo aplaudido por muitos.

Dois mundos distintos: um onde impera a luz outro onde as trevas dançam efusivamente perante a solidão e a carnificina.

Até que ponto continuaremos a ser sacerdotes do masoquismo? Será assim tão dificil encontrar a luz?


sábado, julho 22, 2006

Edward Munch

(Edward Munch - " Duas mulheres na praia " - 1898)

A inocência que se perde num mundo de melancolia, dá conta da imensurável crueldade praticada pelo tempo...

A agonia que procura nos verdes prados a candura de um rosto apagado pelo vento é uma sombra que deambula algures num corpo devastado...

O fel do tempo espalha-se ao redor de si, coagulando um olhar que se prostra choroso num infinito e cintilante tempo de memórias...

O rosto cândido



Ao passar junto a um beco da grande cidade, vejo prostrado no chão um rosto cândido que seguia atentamente todos os movimentos à sua volta. O glamour das pessoas que passavam, os sacos a transbordar de presentes, os sorrisos contagiantes dos transeuntes. Todo o frenesim da grande cidade era visto ao mais infímo pormenor por aquele rosto, aquele olhar profundo e sôfrego...
Tentava constantemente esconder-se do frio que cada vez mais se intensificava.
Pouca roupa, lábios secos, de longe conseguia-se ouvir o tiritar de frio daquela pobre alma.
Lembro-me de ter parado a observá-lo... tremia incessantemente mas não parava de olhar o mundo à sua volta...
Várias vezes pediu comida, no entanto, a sua imagem era invisível aos olhos dos que passavam.
Os olhos ávidos, uma alma triste e uma barriga vazia; tudo isto reflectido num ser pequenino.
Uma criança que merecia amor, educação e comida, viu-se simplesmente atirada para uma sargeta. Foi obrigada a ver a fartura dos outros, sem que um pedaço de pão sobrasse para enganar um estômago à muito vazio.
Um anjo que se viu destinado ao inferno onde impera a soberba e a ganância.
O que para a sua ingenuidade era uma imagem de um mundo de sonho onde este gostaria de entrar, para mim não passa de um quadro negro e podre que todos os dias insistimos em pintar, cobrindo-o em seguida com cores último grito da moda...

sexta-feira, julho 21, 2006

Nem o tempo que tudo sara
cessa a dor da tua ausência.
A última gota de orvalho que aluiu do teu rosto
é uma eterna memória aziaga para mim...

Ouço-te nos passos do vento
Que me envolve e me sussura ao ouvido um Amo-te!
Aos campos verdejantes de outrora
Deu lugar um saraiva imensa...

Este silêncio sufoca-me!
Faz-te renascer dia após dia em mim...
Pouco a pouco e com fervor,
tornaste-te senhor do meus pensamentos.

Como dói esta ausência em mim...
Só lágrimas podem verter do meu coração
Que ferido está, por estar longe de ti!

quinta-feira, julho 06, 2006

Lacrima...


A lágrima que um dia deslisou sobre o rosto, correu por diversas vezes no coração mas encontrou por termo uma estadia onde entorpece sossegadamente.
A vida que mais parecia um potro selvagem, diminuiu o seu frenesim, sendo possível neste instante direccionar o olhar para o Éden que sempre ali esteve mas que era de certo modo velado perante tanta apoquentação.
O sol brilha incessantemente aquecendo a alma ao mesmo tempo que a direcciona para uma paz interior, espelhada através de um doce sorriso de menina.
Nem as tardes geladas de inverno, tão nostálgicas e escuras conseguem abolir a garra que cintila naqueles olhos castanhos, carregados de carisma e alegria.
Chegou a primavera e com ela um lindo canteiro de flores que é disposto bem juntinho ao coração...

terça-feira, julho 04, 2006

Expressar-se...

Muitos realizam em palavras tudo o que desejariam realizar em actos. Por mais que as palavras abarquem todo um rol de emoções, por mais que sejam o refúgio quando os olhos não se são capazes de encarar, por mais que perdurem para sempre, imortalizando sentimentos, ou o que seja, jamais poderão substituir um abraço, um aperto de mão, um beijo, uma festinha... lá está, a eterna dualidade entre corpo e alma.
Procuremos um equilíbrio entre ambos pois tanto o nosso corpo como a nossa alma necessitam de alimento.
Erróneo canalizar toda a energia num único pólo, pois ninguém consegue andar muito tempo ao pé coxinho.
Expressar o que se sente com um abraço (por exemplo), não é sinónimo de fraqueza mas sim de qualidade; só prova que estamos vivos, que conseguimos amar os outros e acima de tudo, que somos livres nas nossas acções, sem medo de qualquer retaliação por parte de quem quer que seja; numa palavra eu diria: autonomia.
Só ama os outros quem consegue amar-se a si mesmo, caso contrário, não consegue sorrir para o mundo pois afoga-se em demasia em si e nas trevas que constrói à sua volta.
E já pensaram no quanto as palavras poderão ser única e exclusivamente discursos falaciosos muito bem construídos? Conseguem ser falsos nos gestos também?
Qual será então o mais genuíno?
Deixem de ser carrancudos, esbocem sorrisos, expressem sentimentos através de acções e reparem que há imensos arco-íris ao virar da esquina...

sábado, julho 01, 2006

Les rêves...

Un peu fatiguée, une belle femme tombe dans sa chambre et s´endorme. Peu a peu elle entre dans une grande fôret où elle trouve un homme agê. Cet homme la fait parler de ses désires.
Elle complétement fascinée lui dit:
- Je trouve l´amour, la libérte et des gens avec des bons sentiments. L´homme souri. Elle lui demande pourquoi il est silencieux et Il lui reponde:
- Ma belle femme retournes à la realité! Tu as de la force intérieure, de l´amour et un grand et noble coeur. Ta détermination sera la clée pour trouver tous tes désires. Il y a une chose très fort en toi: la capacité de rêver; ça signifie qui tu a de l´espoir dans ton âme.
Tu vas réaliser tes rêves, tu seras heureuse!




Sonhem e voltem com mais garra para a realidade, nunca se esqueçam disso!